O RCD (Resíduo de Construção e Demolição) é
geralmente definido como o resíduo que surge de através das atividades de renovação,
reforma, construção, demolição, incluindo a escavação, aterramento, construção
de infraestruturas, limpeza de áreas e construção de rodovias. (YUAN et al.
2010). E, para que tais atividades possam ocorrer, há o consumo de materiais, sendo que, atualmente no Brasil, tais materiais advêm de
recursos naturais não renováveis. A indústria da construção civil consome entre
14 e 50% dos recursos naturais extraídos do planeta; no Japão corresponde a
cerca de 50% dos materiais que circulam na economia e, nos EUA, o consumo de
mais de dois bilhões de toneladas representa cerca de 80% dos materiais
circulantes (SCHNEIDER 2003).
A geração de resíduos é inevitável em qualquer
processo produtivo e estes resíduos quando mal tratados causam problemas graves
à gestão urbana, onde se pode destacar, dentre outros, o esgotamento prematuro
de áreas de disposição, a degradação da flora e da fauna, e consequentemente,
prejuízos aos cofres públicos.
É comumente entendido que a acumulação dos resíduos
no meio ambiente é mais rápida do que a degradação natural dos mesmos. O
processo de produção e consumo prejudicam o meio ambiente devido à contínua
exploração acarretando no esgotamento dos recursos naturais (SAFIUDDIN et al. 2010). Além disso,
várias substâncias tóxicas, tais como elevada concentração de emissões de
monóxido de carbono, óxidos de enxofre e outras partículas em suspensão são
invariavelmente emitidos para a atmosfera durante a fabricação dos materiais de
construção.
O interesse pela preservação dos recursos naturais
e a busca pelo desenvolvimento sustentável tem motivado um grande número de
pesquisadores visando obter materiais de construção não convencionais através
do uso dos resíduos da construção civil. Há tempos, inúmeras iniciativas industriais e
públicas foram lançadas a fim de fazer desenvolver conhecimentos, práticas e mudanças
no modo de pensar relacionadas à aceitabilidade do uso de resíduos como
matéria-prima ao invés de matéria-prima de recursos novos para a produção dos produtos
de construção.
Para Chateau (2006), a avaliação de risco ambiental
emerge como uma questão-chave no processo de decisão entre as diferentes opções
sobre os problemas referentes à gestão de resíduos. Ao mesmo tempo, os
produtores de resíduos nos países da Europa têm tentado encontrar soluções
alternativas para disposição em aterros, por diferentes razões: o crescente
aumento do custo da disposição nos aterros, o quadro regulamentar de incentivo
à recuperação, tanto quanto possível assegurar a saúde e as condições
ambientais, responder a crescente pressão social e o compromisso ambiental de
um ciclo de melhoria contínua.
Referências:
CHATEAU, Laurent . Environmental
acceptability of beneficial use of waste as construction material—State of
knowledge, current practices and future developments in Europe and in France. Journal of Hazardous Materials. Elsevier, 2007, p. 556–562.
SAFIUDDIN,
Md; JUMAAT, Mohd Zamin;. SALAM, M. A; ISLAM, M. S; HASHIM, R. Utilization of
solid wastes in construction materials. International Journal of the Physical Sciences Vol. 5(13). Academic
Journals, 2010, p. 1952-1963.
SCHNEIDER, Dan Moche, Deposições Irregulares de Resíduos da
Construção Civil na Cidade de São Paulo. São Paulo, 2003. Dissertação de
mestrado. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2003.
YUAN, Fang; SHEN,
Li-yin; LI, Qi-ming. Emergy analysis of the recycling options for construction and demolition
waste. Waste
Management 31 (2011) 2503–2511.
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