Bom pessoal depois de muito tempo sem postar nada... voltei! Estarei postando aqui alguns trechos a respeito do processo de projeto e um pouco sobre sua complexidade. O texto foi retirado do artigo Reflexão sobre metodologias de projeto arquitetônico de autoria de Kowaltowski, D. C. C. K. et al. publicado na revista Ambiente Construido de 2006.
Em arquitetura, o processo de criação não possui métodos rígidos ou universais entre profissionais, muito embora possam ser atestados alguns procedimentos comuns entre projetistas. O processo é complexo e pouco externado pelo profissional. O campo projetivo arquitetônico situa-se numa área intermediária entre ciência e arte, tendo que responder a questões não perfeitamente definidas e permitindo múltiplas abordagens (DÜLGEROGLU, 1999; JUTLA, 1996). Há subáreas (representação da forma, história e teoria de construções e estudo das estruturas, entre outras) que se desenvolvem de maneira independente, cada uma com um tipo de dialeto, sendo necessário integrá-las na concepção do projeto. O campo também possui o conhecimento universal para fazer normas e padronizações e o conhecimento específico para cada caso. Assim sendo, todo problema é único e, portanto, cada solução está baseada em um conjunto diferente de critérios.
São grandes as dificuldades de enquadrar as
características do processo projetivo em
metodologias de projeto, uma vez que o processo
de criar formas em arquitetura é, na maioria das
vezes, informal, individual ou simplesmente
pertence a escolas de regras estéticas
(KOWALTOWSKI; LABAKI, 1993). Estudos do
processo criativo indicam pelo menos cinco tipos
de heurísticas aplicadas na solução de projetos
(ROWE, 1992; LAWSON, 1997; HEARN, 2003):
(a) analogias antropométricas: baseiam-se no
corpo humano e nos limites dimensionais;
(b) analogias literais: uso de elementos da
natureza como inspiração da forma;
(c) relações ambientais: aplicação com maior
rigor de princípios científicos ou empíricos da
relação entre homem e ambiente, tais como clima
da região, tecnologia e recursos disponíveis;
(d) tipologias: aplicação de conhecimento de
soluções anteriores a problemas relacionados,
podendo-se dividir em modelos de tipos de
construção, tipologias organizacionais e tipos de
elementos ou protótipos; e
(e) linguagens formais: estilos adotados por
grupos ou escolas de projetistas.
Pode-se considerar o processo de projeto como um
conjunto de atividades intelectuais básicas,
organizadas em fases de características e
resultados distintos. Essas atividades são análise,
síntese, previsão, avaliação e decisão. Na prática,
algumas atividades podem ser realizadas através da
intuição, algumas de forma consciente e outras a
partir de padrões ou normas (LANG, 1974).
O projeto arquitetônico faz parte da família de
processos de decisão. O processo de decisão em
um projeto pode utilizar a descrição verbal, gráfica
ou simbólica, isto é, vários mecanismos de
informação, para antecipar analiticamente um
modelo e seu comportamento (ROSSO, 1980).
Podem-se ainda considerar as principais fases do
modelo geral da tomada de decisão, que,
traduzidas pela prática profissional dos projetistas,
dividem-se em programa, projeto, avaliação e
decisão, construção e avaliação pós-ocupação. Em
cada fase, pode ser realizada uma série de
atividades (LANG, 1974).
Continuarei a respeito do tema em outro post. Até.
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