quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Conceitos de Luminotécnica. Parte 2

 IRC – O índice de reprodução de cor é baseado em uma tentativa de mensurar a percepção da cor avaliada pelo cérebro. Índice de Reprodução de Cores e a grandeza que define em quanto à luz artificial consegue imitar a luz natural do Sol. Quanto mais próxima da luz natural for à reprodução de cores, maior será esse numero e quanto menor for mais distante da reprodução de cores da luz natural será, ou seja, menos eficiente na reprodução de cores.

O método de avaliação, numa explicação bem simplificada, consiste na avaliação das cores padrões, quando submetidas à luz da fonte a ser analisada e sob a luz de uma fonte de referência que deveria ser um corpo negro (radiador integral), que apresenta um valo de 100%.

Um IRC em torno de 60 pode ser considerado razoável, 80 é bom e 90 é excelente. Claro que tudo irá depender da exigência da aplicação que uma lâmpada deve atender. Um IRC de 60 mostra-se inadequado para uma iluminação de loja, porém, é mais que suficiente para a iluminação de vias públicas.

Fonte:
SILVA, Mauri Luiz da . LEDs - Origem, atualidade, aplicações e futuro.
LUZ, Jeanine Marchiori. CURSO DE LUMINOTÉCNICA. UNICAMP

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Conceitos de Luminotécnica. Parte 1


Vou começar uma séria de postagens sobre os conceitos básicos de Luminotécnica, para quem tem interesse sobre o assunto, vou tentar contribuir o máximo que puder, vamos nessa:  

Temperatura de cor




Esta é a representação gráfica da variação da tonalidade da cor de luz e que é obtida através de uma analogia com a temperatura (calor em Kelvin), que sempre definirá que: quanto mais branca for a luz , mais alta é a temperatura de cor; quanto mais baixa for a temperatura de cor em Kelvin, mas amarelada será essa luz. 

Uma analogia para se entender melhor essa ligação da cor com a temperatura é no instante que um ferreiro coloca uma peça de ferro no fogo, esta peça passa a comportar-se segundo a lei de Planck e vai adquirindo diferentes colorações na medida que sua temperatura aumenta. Na temperatura ambiente sua cor é escura, tal qual o ferro, mas será vermelha a 800 K, amarelada em 3.000 K, branca azulada em 5.000K. Sua cor será cada vez mais clara até atingir seu ponto de fusão. 

A observação da experiência acima indica que, quando aquecido o corpo negro (radiador integral) emite radiação na forma de um espectro contínuo. No caso de uma lâmpada incandescente, grande parte desta radiação é invisível, seja na forma de ultravioletas, seja na forma de calor (infravermelhos), isto é, apenas uma pequena porção está na faixa da radiação visível.
A figura acima permite observar que quanto maior for a temperatura, maior será a energia produzida, sendo que a cor da luz está diretamente relacionada com a temperatura de trabalho (mais fria quanto maior for a temperatura).

Um aspecto importante é que a temperatura da cor não pode ser empregada isoladamente e sim em conjunto com o IRC ( ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR, será explicado no próximo post ), mas independentemente deste aspecto, aceita-se que cores quentes vão até 3.000K, as cores neutras situam-se entre 3.000 e 4.000K e as cores frias acima deste último valor. 

As cores quentes são empregadas quando se deseja uma atmosfera íntima, sociável, pessoal e exclusiva (residências, bares, restaurantes, mostruários de mercadorias); as cores frias são usadas quando a atmosfera deva ser formal precisa, limpa (escritórios, recintos de fábricas).


Fonte:
SILVA, Mauri Luiz da . LEDs - Origem, atualidade, aplicações e futuro.
LUZ, Jeanine Marchiori. CURSO DE LUMINOTÉCNICA. UNICAMP

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Conceito X O Partido


Aqui vai um pequeno apanhado geral para tirar as dúvidas entra as definições de conceito e partido na arquitetura. 

O CONCEITO
No processo de projeto, o arquiteto define um conceito. O  conceito expressa a ideia subjacente no desenho e orienta as decisões de projeto em uma determinada  direção, organizando e excluindo as variantes (LEUPEN, 2004).
Milwaukee Art Museum – Santiago Calatrava

Conceito situa-se num plano abstrato,  pode-se admitir várias soluções espaciais e formais viáveis, que devem ser testadas quanto às suas qualidades formais, construtivas ou funcionais para a definição do melhor partido. No dicionário Conceito é definido como:

1. Representação de um objeto pelo pensamento, por meio de suas características gerais.
2. Ação de formular uma ideia por meio de  palavras, definição, caracterização
3. Pensamento, ideia, opinião

O PARTIDO
O partido arquitetônico define as características gerais do projeto, como uma “consequência formal derivada de uma série de condicionantes ou determinantes, como um resultado físico da intervenção sugerida” (RABELLO, 2007). 
Entre as condicionantes ou determinantes que norteiam o partido arquitetônico estão o clima, condições físicas e topográficas do local escolhido, assim como seu entorno legislação pertinente, as técnicas construtivas disponíveis e o orçamento pré-definido. (SILVA, 1983).

O partido arquitetônico só pode ser imaginado após ter-se clareza plena dos aspectos conceituais do tema, do programa arquitetônico, das articulações de suas partes, de seu pré-dimensionamento e dos aspectos físicos do terreno, de sua forma, de seu relevo, da sua orientação solar e de ventos, de sua posição na malha urbanística, de seus acessos e das exigências da legislação.

Determinantes do projeto

O Partido arquitetônico pode surgir: 

1- Da análise do terreno- Localização / Fotos do local / Entorno / Visitas / Ligações / Acessos. 

2- Do programa de necessidades – Setorizarização/ Arranjo vertical / horizontal 

3- Dos Aspectos da implantação-Orientação / Insolação / Luz natural / Privilegiar o meio ambiente existente. 

4- Dos Aspectos Construtivos - Materiais / Partido estrutural 

5- Do Volume pretendido - Forma / Fachadas / Movimento / Transparência / Cor / Linhas curvas ou retas 

6- Dos Fluxos - Distribuição espacial das funções / Circulação principal / Integração espacial / Eixo norteador. 

7- Da Identidade - Imagem do lugar 

8- Dos Aspectos conceituais - Tema / História... 

9- Dos Critérios de viabilidade do Projeto - Econômica / Tecnico-construtiva / Respeito ao Meio Ambiente 

10- Da Posição Arquitetônica - determinado Arquiteto e/ou Tendência Contemporânea 

11- De Teorias / Idéias (Fruto de leituras, análises de projeto e reflexão sobre o tema). 

12- Da necessidade de Flexibilidade do projeto ( para crescimento futuro e/ou adaptações possíveis) 

13- Da legislação regulamentadora ( Código de obras, Leis de uso do solo, Ambiental,etc..)


RABELLO, R. O que é arquitetura. São Paulo. Disponível em: http://ricardo.arquiteto.vilabol.uol.com.br/Arquitetura.htm.
SILVA, E. Uma introdução ao projeto arquitetônico. Porto Alegre: Ed. Da Universidade UFRGS; Brasília, MEC/SESu/PROED, 1983. 122p.
LEUPEN, Bernard, et al. Proyecto y análisis: evolucion de los principios em arquitectura.Barcelona: Editora Gustavo Gilli, 2004.


domingo, 7 de outubro de 2012

Os Resíduos da Construção e Demolição


O RCD (Resíduo de Construção e Demolição) é geralmente definido como o resíduo que surge de através das atividades de renovação, reforma, construção, demolição, incluindo a escavação, aterramento, construção de infraestruturas, limpeza de áreas e construção de rodovias. (YUAN et al. 2010). E, para que tais atividades possam ocorrer, há o consumo de materiais, sendo que, atualmente no Brasil, tais materiais advêm de recursos naturais não renováveis.  A indústria da construção civil consome entre 14 e 50% dos recursos naturais extraídos do planeta; no Japão corresponde a cerca de 50% dos materiais que circulam na economia e, nos EUA, o consumo de mais de dois bilhões de toneladas representa cerca de 80% dos materiais circulantes (SCHNEIDER 2003).
A geração de resíduos é inevitável em qualquer processo produtivo e estes resíduos quando mal tratados causam problemas graves à gestão urbana, onde se pode destacar, dentre outros, o esgotamento prematuro de áreas de disposição, a degradação da flora e da fauna, e consequentemente, prejuízos aos cofres públicos.
É comumente entendido que a acumulação dos resíduos no meio ambiente é mais rápida do que a degradação natural dos mesmos. O processo de produção e consumo prejudicam o meio ambiente devido à contínua exploração acarretando no esgotamento dos recursos naturais (SAFIUDDIN et al. 2010). Além disso, várias substâncias tóxicas, tais como elevada concentração de emissões de monóxido de carbono, óxidos de enxofre e outras partículas em suspensão são invariavelmente emitidos para a atmosfera durante a fabricação dos materiais de construção.
O interesse pela preservação dos recursos naturais e a busca pelo desenvolvimento sustentável tem motivado um grande número de pesquisadores visando obter materiais de construção não convencionais através do uso dos resíduos da construção civil. Há tempos, inúmeras iniciativas industriais e públicas foram lançadas a fim de fazer desenvolver conhecimentos, práticas e mudanças no modo de pensar relacionadas à aceitabilidade do uso de resíduos como matéria-prima ao invés de matéria-prima de recursos novos para a produção dos produtos de construção.
Para Chateau (2006), a avaliação de risco ambiental emerge como uma questão-chave no processo de decisão entre as diferentes opções sobre os problemas referentes à gestão de resíduos. Ao mesmo tempo, os produtores de resíduos nos países da Europa têm tentado encontrar soluções alternativas para disposição em aterros, por diferentes razões: o crescente aumento do custo da disposição nos aterros, o quadro regulamentar de incentivo à recuperação, tanto quanto possível assegurar a saúde e as condições ambientais, responder a crescente pressão social e o compromisso ambiental de um ciclo de melhoria contínua.
Referências: 
CHATEAU, Laurent . Environmental acceptability of beneficial use of waste as construction material—State of knowledge, current practices and future developments in Europe and in France. Journal of Hazardous Materials. Elsevier, 2007, p. 556–562.
SAFIUDDIN, Md; JUMAAT, Mohd Zamin;. SALAM, M. A; ISLAM, M. S; HASHIM, R. Utilization of solid wastes in construction materials. International Journal of the Physical Sciences Vol. 5(13). Academic Journals, 2010, p. 1952-1963.
SCHNEIDER, Dan Moche, Deposições Irregulares de Resíduos da Construção Civil na Cidade de São Paulo. São Paulo, 2003. Dissertação de mestrado. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
YUAN, Fang; SHEN, Li-yin; LI, Qi-ming. Emergy analysis of the recycling options for construction and demolition waste. Waste Management 31 (2011) 2503–2511.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Estou de volta! (Eu acho)


Olá povo (alguém ainda lê o blog?)! Estou voltando com o blog, havia deixado ele por um tempo devido a correria do mestrado e outros trabalhos que tenho desenvolvido. Mas enfim tentarei voltar com as postagens. Na semana passada recebi boas críticas de um aluno de arquitetura que eu nunca vi na vida, a respeito dos conteúdos postados aqui. Sinceramente fiquei surpreso, eu utilizava o blog para postar alguns estudos particulares e quando isso passa a auxiliar outras pessoas "a coisa" fica mais interessante. Então, estou de volta, provavelmente com uma quantidade inferior de postagens, mas buscando qualidade sempre. 
Até mais! 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Cuidado com o consumo de recursos naturais e manufaturados


As recomendações aqui pertinentes dizem respeito aos produtos utilizados e aos seus fornecedores,procurando se incorporar critérios de sustentabilidade na aquisição de bens e na contratação de serviços, perpassando outros aspectos relacionados à gestão do canteiro. Por suas conseqüências nos ecossistemas e em questões mais amplas, como a do aquecimento global pelo efeito estufa, a escolha da madeira e de seu fornecedor adquire grande importância. As principais recomendações são:

- Implementar medidas que levem à minimização das perdas incorporadas, envolvendo projeto, planejamento, oferta de produtos adequados (normalização técnica, conformidade, desempenho, coordenação modular, etc.), gestão da produção, equipamentos adequados, capacitação da mão-de-obra em todos os níveis, etc.
- Priorizar produtos reciclados ou que permitam posterior reaproveitamento.
- Preferir o uso de produtos disponíveis localmente.
- Considerar, ao definir o tipo de madeira a ser utilizada, as características das peças a serem detalhadas para adequar o projeto às medidas das peças disponíveis no mercado com o objetivo de evitar perdas por cortes e emendas desnecessárias.
- Comprar madeiras somente de empresas que possam comprovar a sua origem, seja por meio de certificação legal (FSC, SOF, Cerflor etc) ou de um plano de manejo aprovado pelo Ibama, com a apresentação de nota fiscal e documento de transporte.
- Utilizar espécies de madeiras alternativas às tradicionais que se encontram sob pressão de exploração.
- Substituir madeiras conservadas com venenos à base de cromo e arsênico.
- Realizar um projeto de fôrmas adequado e assegurar-se de sua boa fabricação e uso (montagem e desmontagem), permitindo que as mesmas sejam reutilizadas um grande número de vezes.
- Dar preferência à contratação ou à compra de fornecedores que sejam socialmente responsáveis: que não trabalhem com mão-de-obra informal; que estejam em dia com suas obrigações tributárias e fiscais; que participem de seus programas setoriais da qualidade, não praticando concorrência desleal e seguindo a normalização técnica e a legislação; que pratiquem uma política de remuneração, benefícios e carreira justa com seus funcionários e seus próprios fornecedores; que valorizem o trinômio ‘saúde, segurança e condições de trabalho’; que respeitem o ambiente.
- Dar preferência à contratação de fornecedores que seja capazes de demonstrar sua capacitação tecnológica para realizar o serviço especializado de execução para o qual estão sendo contratados.
- Preferir produtos acondicionados em grandes volumes; exigir que os fornecedores utilizem palettes retornáveis e recolham as embalagens já utilizadas; preferir fornecedores que proponham embalagens reduzidas ou que sejam flexíveis e possam ser compactadas, e que, sobretudo, possam ser reaproveitadas; planejar as entregas de modo a minimizar o consumo de embalagens.
- Dispensar cuidados especiais à proteção dos serviços acabados, evitando danos por ação mecânica (choques, quedas de objeto, etc.) ou deterioração (intempéries, ação do sol, calor, manchas, etc.).


Algumas dificuldades existem para a implementação dessas medidas, que precisam ser superadas pelo maior desenvolvimento tecnológico, relacionadas:

- à implementação de medidas que levem à minimização das perdas incorporadas;
- ao baixo número de produtos reciclados disponíveis no mercado;
- à pequena participação no mercado de empresas que possam comprovar a origem de sua madeira e ao preço ainda elevado das madeiras de origem certificada;
- à ausência de mecanismos para caracterizar fornecedores que sejam socialmente responsáveis;
- à ausência de mecanismos para caracterizar fornecedores capazes de demonstrar sua capacitação tecnológica;
- à problemas na cadeia de suprimentos (falta da cultura no uso de paletes; baixo emprego de equipamentos de transporte; ausência de planejamento de entregas; etc.).

referência bibliográfica: CARDOSO F. F., Canteiro - Inovações tecnológicas e Políticas Públicas