domingo, 7 de outubro de 2012

Os Resíduos da Construção e Demolição


O RCD (Resíduo de Construção e Demolição) é geralmente definido como o resíduo que surge de através das atividades de renovação, reforma, construção, demolição, incluindo a escavação, aterramento, construção de infraestruturas, limpeza de áreas e construção de rodovias. (YUAN et al. 2010). E, para que tais atividades possam ocorrer, há o consumo de materiais, sendo que, atualmente no Brasil, tais materiais advêm de recursos naturais não renováveis.  A indústria da construção civil consome entre 14 e 50% dos recursos naturais extraídos do planeta; no Japão corresponde a cerca de 50% dos materiais que circulam na economia e, nos EUA, o consumo de mais de dois bilhões de toneladas representa cerca de 80% dos materiais circulantes (SCHNEIDER 2003).
A geração de resíduos é inevitável em qualquer processo produtivo e estes resíduos quando mal tratados causam problemas graves à gestão urbana, onde se pode destacar, dentre outros, o esgotamento prematuro de áreas de disposição, a degradação da flora e da fauna, e consequentemente, prejuízos aos cofres públicos.
É comumente entendido que a acumulação dos resíduos no meio ambiente é mais rápida do que a degradação natural dos mesmos. O processo de produção e consumo prejudicam o meio ambiente devido à contínua exploração acarretando no esgotamento dos recursos naturais (SAFIUDDIN et al. 2010). Além disso, várias substâncias tóxicas, tais como elevada concentração de emissões de monóxido de carbono, óxidos de enxofre e outras partículas em suspensão são invariavelmente emitidos para a atmosfera durante a fabricação dos materiais de construção.
O interesse pela preservação dos recursos naturais e a busca pelo desenvolvimento sustentável tem motivado um grande número de pesquisadores visando obter materiais de construção não convencionais através do uso dos resíduos da construção civil. Há tempos, inúmeras iniciativas industriais e públicas foram lançadas a fim de fazer desenvolver conhecimentos, práticas e mudanças no modo de pensar relacionadas à aceitabilidade do uso de resíduos como matéria-prima ao invés de matéria-prima de recursos novos para a produção dos produtos de construção.
Para Chateau (2006), a avaliação de risco ambiental emerge como uma questão-chave no processo de decisão entre as diferentes opções sobre os problemas referentes à gestão de resíduos. Ao mesmo tempo, os produtores de resíduos nos países da Europa têm tentado encontrar soluções alternativas para disposição em aterros, por diferentes razões: o crescente aumento do custo da disposição nos aterros, o quadro regulamentar de incentivo à recuperação, tanto quanto possível assegurar a saúde e as condições ambientais, responder a crescente pressão social e o compromisso ambiental de um ciclo de melhoria contínua.
Referências: 
CHATEAU, Laurent . Environmental acceptability of beneficial use of waste as construction material—State of knowledge, current practices and future developments in Europe and in France. Journal of Hazardous Materials. Elsevier, 2007, p. 556–562.
SAFIUDDIN, Md; JUMAAT, Mohd Zamin;. SALAM, M. A; ISLAM, M. S; HASHIM, R. Utilization of solid wastes in construction materials. International Journal of the Physical Sciences Vol. 5(13). Academic Journals, 2010, p. 1952-1963.
SCHNEIDER, Dan Moche, Deposições Irregulares de Resíduos da Construção Civil na Cidade de São Paulo. São Paulo, 2003. Dissertação de mestrado. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
YUAN, Fang; SHEN, Li-yin; LI, Qi-ming. Emergy analysis of the recycling options for construction and demolition waste. Waste Management 31 (2011) 2503–2511.

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