quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Edifícios Altos e a Sustentabilidade - Frankfurt x Rio de Janeiro

Hoje irei postar sobre a diferença entre edifícios altos e a sustentabilidade e uma comparação sobre o assunto, provavelmente por ser um post meio longo talvez eu divida ele em dois.

O Edifício Alto Sustentável pode ser definido por (Gonçalves, 2003):
- Ser parte de um planejamento urbano desenvolvido para reorganizar e intensificar a densidade urbana;
- Ser localizado nas proximidades de núcleos de transporte público;
-Oferecer um uso misto de funções;
- Dedicar o mínimo de 80% do pavimento térreo ao acesso e uso público, com disposição mínima de área pública no edifício;
- Possuir eficiência econômica satisfatória do espaço interno (relação entre área útil e área total construída);
- Ter forma e altura influenciada pela composição morfológica geral da cidade;
- Ser projetado com princípios de flexibilidade espacial que permitam um aproveitamento diversificado do edifício, sob a perspectiva do uso;
- Possuir interação entre os sistemas de iluminação natural e artificial;
- Reciclar águas cinzas do edifício e coletar/reter águas de chuva;
- Com respeito a gestão, possuir coleta seletiva interna de resíduos sólidos;

Commerzbank - Frankfurt / 1997





Tendo como principais justificativas de projeto o conforto, a satisfação do usuário e a eficiência energética do edifício, a principal estratégia do projeto foi a de reduzir o máximo possível o consumo de energia interna, por isso os ambientes foram feitos de maneira que houvesse bastante ventilação, as janelas podem ser abertas, diminuindo o uso de ar condicionado e bem iluminados, não havendo tanta necessidade de uso excessivo de luz artificial. Com isso, o edifício passou a consumir apenas a metade do que os outros prédios comerciais consomem.A construção possui forma triangular e há um átrio concentrado bem no centro da mesma, servindo como área de ventilação e iluminação natural para os escritórios voltados ao lado interno.

Ventura Corporate Towers - Rio de Janeiro / em construção

Texto da revista PiniWeb" Para obter a certificação, os empreendedores adotaram ações sustentáveis em relação ao projeto e construção do empreendimento. Entre elas, a redução no consumo de energia, utilização de materiais recicláveis e recursos renováveis, manutenção da qualidade do ar interno, utilização de madeira certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council) e desvio do resíduo gerado na obra para aterros, entre outras ações. Além disso, 57% de todo material adquirido é de origem local, ou seja, foram fabricados/extraídos à distância de até 800 km da obra."





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Temos aqui dois exemplos de edifícios altos. Particularmente sou um fã do primeiro exemplo, Foster em 1997 mostrou como se produzir um edifício de qualidade voltado para seu usuário dentro do contexto local onde o edifício foi inserido, já o Venture Towers foi feito a partir de uma certificação que não é nossa seguindo checklist sem uma análise bioclimática de peso. Estão ligados mais as leis do mercado imobiliário onde, edifícios com um SELO possuem maior valor no mercado imobiliário.
A Fachada de vidro como se observa neste edifício depende diretamente do fator climático do local. A fachada de vidro, que foi desenvolvida para o clima norte-americano, não pode ser aplicada, da mesma maneira, no clima desértico de Dubai ou no clima tropical de São Paulo. Ventilação natural inexistente não existe a possibilidade de abertura. Eficiência energética baixíssima, se ganha em iluminação natural mas perde com o grande gasto com o condicionamento de ar, e para finalizar quem notou a diferença do numero de vagas de estacionamentos? 300 vagas de carros e 200 de bicicleta x 1.600 vagas de carros (penso que eles ganharam seu próprio engarrafamento interno e um núcleo de emissão de CO²).
Até quando o mercado imobiliário irá mandar na construção civil? QUANDO teremos leis urbanas de peso? E mais um elefante branco brasileiro.

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